sábado, 13 de agosto de 2011

CRÍTICA: Tia Neném: todo mundo (ou quase) tem a sua

João Miguel Júnior
Uma amiga tinha uma parente que a família apelidou de “Urubulina”. Assim é Tia Neném, personagem de Ana Lúcia Torre em “Insensato coração”: uma pessoa que tem prazer com a desgraça alheia. Um exemplo foi a visita dela a Eunice (Deborah Evelyn), essa semana, para dar, pessoalmente, a notícia de que Léo (Gabriel Braga Nunes) tinha saído da prisão. Foi também a sua maledicência que levou Raul (Antônio Fagundes) a investigar Norma (Gloria Pires).
Entre bons personagens trágicos — como Norma — e uma trama eletrizante que, agora, na reta final embarcou no folhetinesco, Tia Neném é um tipo bem realista. Não chega a ser uma vilã. É, isso
sim, uma presença nefasta, desagradável, sempre pronta para oferecer o ombro nos piores momentos. Em
contrapartida, Ana Lúcia deu ao público alguns dos melhores momentos da novela que está chegando ao
fim esta semana. Por esta razão, sua personagem, que morreria esfaqueada por Henrique (Ricardo Pereira) em Florianópolis, ganhou uma sobrevida. Tia Neném é um acerto do texto de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, da atriz e da direção de Dennis Carvalho. Eles conseguiram a empatia do público construindo uma versão da “Urubulina” que ocorre em todas as melhores famílias do mundo.

POR: Patrícia Kogut

Nenhum comentário:

Postar um comentário